A fibrilação atrial é uma alteração no ritmo e frequência dos batimentos do coração, geralmente causada por uma desorganização da atividade elétrica cardíaca.
Enquanto que, em algumas pessoas, isso pode não provocar qualquer sintoma, em outras podem causar desconfortos intensos, inclusive com risco à vida.
Se você quer saber mais sobre esse problema, por que ele ocorre, aprender a identificar seus sinais e sintomas e entender como é feito o tratamento, confira as informações abaixo!
O que é fibrilação atrial?
A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia cardíaca, ou seja, uma irregularidade no ritmo dos batimentos do coração. Especificamente, trata-se de um distúrbio na atividade elétrica dos átrios, que são as duas câmaras superiores do coração.
Normalmente, o coração bate de maneira regular, coordenada pelo nó sinoatrial, que envia sinais elétricos através dos átrios para os ventrículos (as câmaras inferiores), causando contrações ritmadas, que bombeiam o sangue de maneira eficiente.
Na fibrilação atrial, o funcionamento coordenado dos átrios é interrompido por sinais elétricos desorganizados e rápidos. Este processo pode ser descrito em mais detalhes da seguinte forma:
✅ Em condições normais, o nó sinoatrial gera impulsos elétricos que se espalham de maneira organizada através dos átrios, provocando suas contrações. Em um quadro de fibrilação atrial, múltiplos focos de sinais elétricos desorganizados se originam nos átrios. Isso faz com que eles fibrilem (tremam), em vez de se contraírem de maneira eficiente.
✅ Devido à fibrilação, os átrios não conseguem bombear o sangue de forma eficaz para os ventrículos. Em vez disso, o sangue pode se acumular e formar coágulos dentro dos átrios.
✅ Esse batimento rápido e irregular pode ser sustentado por um circuito elétrico anormal ou por múltiplos focos de atividade elétrica anômala.
✅ Os sinais elétricos desorganizados dos átrios passam para os ventrículos de maneira irregular e muitas vezes rápida, levando a uma resposta ventricular rápida e irregular. Essa resposta ventricular irregular pode comprometer a capacidade do coração de bombear sangue de maneira eficiente para o corpo.
✅ Devido à contração ineficaz dos átrios e ao batimento irregular dos ventrículos, a quantidade de sangue que sai do coração para o corpo (débito cardíaco) pode ser reduzida.
✅ A estase sanguínea nos átrios pode aumentar o risco de formação de coágulos, que podem se deslocar e causar complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC).
A fibrilação atrial é, portanto, uma desorganização da atividade elétrica normal dos átrios, resultando em uma contração ineficaz dessas câmaras e uma resposta irregular dos ventrículos.
Essa condição pode comprometer significativamente a eficiência do bombeamento de sangue pelo coração, aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos e outras complicações cardiovasculares.
Quais os sinais e sintomas?
A fibrilação atrial (FA) pode se manifestar de várias maneiras, e os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos podem ser assintomáticos, enquanto outros podem apresentar sintomas significativos que afetam sua qualidade de vida.
Abaixo estão os sinais e sintomas mais comuns associados à fibrilação atrial:
✅ Palpitações – Sensação de batimentos cardíacos rápidos, irregulares ou fortes. Pode ser descrita como uma sensação de tremulação ou vibração no peito.
✅ Fadiga – Sensação persistente de cansaço e falta de energia. Pode ocorrer devido à eficiência reduzida do coração em bombear sangue.
✅ Falta de ar (dispneia) – Dificuldade em respirar, especialmente durante atividades físicas ou ao deitar-se. Pode ser devido ao acúmulo de sangue nos pulmões ou à redução do débito cardíaco.
✅ Tontura ou vertigem – Sensação de desequilíbrio ou vertigem. Pode ser resultado da redução do fluxo sanguíneo para o cérebro.
✅ Dor ou desconforto no peito – Sensação de aperto, pressão ou dor no peito. Pode ser confundida com sintomas de angina ou ataque cardíaco.
✅ Fraqueza – Sensação geral de fraqueza ou cansaço extremo. Muitas vezes está associada à diminuição da capacidade de realizar atividades físicas.
✅ Intolerância a exercícios – Dificuldade em realizar atividades físicas que antes eram toleradas sem problemas. A intolerância ao exercício pode ser um dos primeiros sinais notados.
✅ Confusão mental ou dificuldade de concentração – Dificuldade em focar ou manter a clareza mental. Pode ocorrer devido ao fluxo sanguíneo inadequado para o cérebro.
✅ Sensação de desmaio (pré-síncope) ou desmaio (síncope) – Sensação de que vai desmaiar ou desmaio real. O desmaio é menos comum, mas pode ocorrer em casos de resposta ventricular extremamente rápida ou outras complicações.
A identificação precoce desses sintomas é crucial para o manejo e controle adequados da condição.
Fibrilação atrial: diagnóstico e tratamentos
A fibrilação atrial (FA) requer uma abordagem cuidadosa para diagnóstico e tratamento, a fim de controlar a arritmia, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do(a) paciente.
Diagnóstico da fibrilação atrial
Cardiologistas são os(as) especialistas encarregados de diagnosticar e tratar quadros de fibrilação atrial. Para isso, em geral é colhida a história clínica e o exame físico do(a) paciente, especialmente em relação a sintomas, histórico médico, histórico familiar de doenças cardíacas e fatores de risco.
Também costuma ser feita a medição da pressão arterial, ausculta cardíaca para detectar irregularidades no ritmo cardíaco e exame de outros sinais vitais.
Exames de imagem também são realizados, em especial o eletrocardiograma (ECG), que é o principal exame para diagnosticar a FA, uma vez que registra a atividade elétrica do coração e mostra a irregularidade e a rapidez dos batimentos atriais, inclusive com a realização do Holter, que é o eletrocardiograma realizados durante 24h, para monitoramento contínuo do ritmo cardíaco ao longo de todo o dia, a fim de detectar episódios intermitentes de fibrilação atrial.
O exame de ecocardiograma transtorácico também é importante para o diagnóstico. Essa avaliação utiliza ultrassom para criar imagens do coração e verificar o funcionamento das válvulas e das câmaras cardíacas, além de avaliar a presença de coágulos.
Tratamentos para a fibrilação atrial
Os objetivos do tratamento da FA são controlar a frequência cardíaca, restaurar o ritmo normal, prevenir a formação de coágulos sanguíneos e tratar quaisquer condições subjacentes. Para isso, podem ser tomadas medidas de:
✅ Controle da frequência cardíaca – Uso de medicamentos como betabloqueadores, que ajudam a reduzir a frequência cardíaca; bloqueadores dos canais de cálcio, que reduzem a frequência cardíaca e ajudam a controlar a pressão arterial; além de medicações como digoxina, que podem ser usadas para controlar a frequência cardíaca em repouso.
✅ Controle do ritmo cardíaco – Em quadros mais graves e agudos, podem ser realizados procedimentos de cardioversão elétrica, que é a aplicação de um choque elétrico no coração para restaurar o ritmo normal, ou ainda o uso de medicamentos antiarrítmicos, para restaurar o ritmo normal.
✅ Prevenção de coágulos sanguíneos – A formação de coágulos está entre as principais preocupações de um quadro de fibrilação atrial. Para evitar ou reverter isso, podem ser usados medicamentos anticoagulantes.
✅ Procedimentos invasivos – Em quadros mais severos, podem ser necessários procedimentos como a ablação por radiofrequência (ou crioablação), que causa a destruição de pequenas áreas do tecido cardíaco responsável pelos sinais elétricos anormais, realizada através de um cateter inserido nas veias do coração; ou ainda a cirurgia de Maze, que cria cicatrizes no átrio para interromper os sinais elétricos anormais.
✅ Marcapasso – Em casos de FA persistente, com resposta ventricular lenta, um marcapasso pode ser implantado para garantir uma frequência cardíaca adequada.
O diagnóstico da fibrilação atrial envolve uma combinação de história clínica, exames físicos e diversos testes diagnósticos, como eletrocardiograma e ecocardiograma. O tratamento da FA é multifacetado, incluindo o uso de medicamentos para controlar a frequência e o ritmo cardíaco, anticoagulantes para prevenir coágulos sanguíneos, procedimentos invasivos como ablação por cateter e mudanças no estilo de vida.
A abordagem terapêutica deve ser individualizada, levando em consideração os sintomas do(a) paciente, a presença de outras condições médicas e os riscos associados. Consultar um(a) cardiologista é essencial para determinar o melhor plano de manejo para cada caso.
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