A parada cardíaca é uma emergência médica que pode acontecer de forma súbita e sem aviso, afetando pessoas de todas as idades e condições de saúde.
Saber o que pode causar essa situação crítica é essencial para a prevenção e para a adoção de hábitos que protejam o coração. Embora muitos associem a parada cardíaca apenas a problemas de saúde graves, diversos fatores, como arritmias e uso de substâncias podem causar esse evento.
Neste artigo, você vai conhecer as principais causas da parada cardíaca, os fatores de risco e o que fazer para reduzir as chances de que isso ocorra com você ou alguém próximo.
Boa leitura!
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O que é parada cardíaca?
Parada cardíaca é uma condição médica grave, em que o coração para de bombear sangue para o corpo da forma como deveria. Isso pode ocorrer devido a uma falha no sistema elétrico do coração, fazendo com que ele deixe de bater ou bata de forma descoordenada.
Sem a circulação adequada de sangue, órgãos vitais, como o cérebro e os pulmões, começam a sofrer danos em poucos minutos, o que pode levar à morte se não houver atendimento imediato.
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Diferença entre parada cardíaca e ataque cardíaco
Embora muitas pessoas usem os termos “parada cardíaca” e “ataque cardíaco” como sinônimos, eles são diferentes.
Um ataque cardíaco (infarto do miocárdio) ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é bloqueado, geralmente por um coágulo em uma artéria coronária, resultando na morte do tecido cardíaco afetado. Durante um ataque cardíaco, o coração geralmente continua a bater, embora de forma menos eficiente.
Já a parada cardíaca é um problema elétrico: o coração deixa de bater ou entra em um ritmo anormal, como a fibrilação ventricular, onde os ventrículos tremem em vez de contrair normalmente. Enquanto o ataque cardíaco pode evoluir para uma parada cardíaca se não tratado a tempo, nem todas as paradas cardíacas são causadas por ataques cardíacos.
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Sinais de Alerta para uma Parada Cardíaca
A parada cardíaca pode ocorrer de forma súbita e sem aviso prévio, mas alguns sinais podem indicar que o coração está em risco, incluindo:
✅ Palpitações – Sensação de que o coração está batendo muito rápido, forte ou de maneira irregular.
✅ Tontura ou desmaio – Pode ser um indicativo de que o coração não está conseguindo bombear sangue de forma eficaz para o cérebro.
✅ Dor no peito – Embora seja mais comum em ataques cardíacos, a dor ou pressão intensa no peito pode preceder uma parada cardíaca.
✅ Falta de ar – Dificuldade para respirar sem motivo aparente pode ser um alerta de problemas cardíacos.
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Principais causas da parada cardíaca
Entender as causas da parada cardíaca é essencial para prevenir esse evento grave e buscar o tratamento adequado o quanto antes. A seguir, estão as principais causas da parada cardíaca:
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Doenças cardíacas
As doenças cardíacas são a causa mais comum de parada cardíaca. Elas afetam a estrutura e o funcionamento do coração, podendo levar a alterações no ritmo cardíaco e, eventualmente, à interrupção do bombeamento de sangue. As principais doenças cardíacas associadas à parada cardíaca são:
✅ Infarto agudo do miocárdio – O infarto ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é interrompido, geralmente por um coágulo que bloqueia uma artéria coronariana. Isso pode causar danos ao músculo cardíaco e levar a uma parada cardíaca se o coração não conseguir se recuperar.
✅ Insuficiência cardíaca – A insuficiência cardíaca acontece quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficaz para todo o corpo. Isso aumenta o risco de arritmias e, consequentemente, de parada cardíaca.
✅ Doença arterial coronariana – Caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração, essa condição pode reduzir o fluxo sanguíneo e levar a arritmias fatais.
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Arritmias cardíacas
Arritmias são alterações no ritmo normal dos batimentos cardíacos e podem variar de um leve desconforto a uma condição perigosa, como a parada cardíaca. Algumas arritmias que podem desencadear a parada cardíaca incluem:
✅ Fibrilação ventricular – Uma arritmia grave em que os ventrículos (câmaras inferiores do coração) tremem de forma descoordenada, impedindo o bombeamento eficaz de sangue para o corpo.
✅ Taquicardia ventricular – Ocorre quando os ventrículos batem de forma muito rápida, comprometendo a função do coração. Se não tratada, pode evoluir para fibrilação ventricular e parada cardíaca.
✅ Síndromes cardíacas genéticas – Algumas condições genéticas, como a síndrome do QT longo e a síndrome de Brugada, afetam a condução elétrica do coração e aumentam o risco de parada cardíaca súbita, especialmente em pessoas jovens e aparentemente saudáveis.
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Cardiomiopatias
As cardiomiopatias são doenças que afetam o músculo cardíaco, alterando sua estrutura e funcionamento. Elas podem enfraquecer o coração e aumentar o risco de arritmias perigosas. Os principais tipos de cardiomiopatia incluem:
✅ Cardiomiopatia hipertrófica – Espessamento anormal do músculo cardíaco, que pode dificultar o bombeamento de sangue. É uma das causas mais comuns de parada cardíaca súbita em jovens atletas.
✅ Cardiomiopatia dilatada – As câmaras do coração se alargam e o músculo cardíaco se torna fraco, reduzindo a capacidade de bombeamento e aumentando o risco de insuficiência cardíaca e arritmias.
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Problemas estruturais do coração
Problemas estruturais, como defeitos congênitos (presentes desde o nascimento) e doenças valvares, também podem levar a uma parada cardíaca. Esses problemas afetam a circulação sanguínea e podem provocar arritmias severas. Exemplos incluem:
✅ Defeitos congênitos – Algumas pessoas nascem com anomalias nas estruturas do coração, como tetralogia de Fallot e comunicação interatrial, que podem aumentar o risco de parada cardíaca.
✅ Doenças valvares – Problemas nas válvulas cardíacas, como estenose (estreitamento) ou insuficiência (quando as válvulas não fecham corretamente), podem causar sobrecarga no coração e predispor a arritmias graves.
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Sintomas e sinais de alerta
A parada cardíaca costuma ocorrer de forma súbita e sem aviso, mas, em alguns casos, o corpo pode apresentar sinais que indicam que algo não está bem. Confira a seguir os principais sinais de alerta que podem preceder uma parada cardíaca.
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Palpitações e arritmias
Palpitações são sensações de que o coração está batendo mais rápido, forte ou de maneira irregular. Podem ser sentidas como uma “batida extra” ou a sensação de que o coração está “falhando” momentaneamente. Embora nem sempre sejam perigosas, palpitações acompanhadas de outros sintomas, como tontura ou dor no peito, devem ser investigadas, pois podem indicar arritmias, que aumentam o risco de parada cardíaca.
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Tontura ou desmaio
Tontura, sensação de desmaio ou perda temporária de consciência (síncope) podem ocorrer quando o coração não está bombeando sangue adequadamente para o cérebro. Esses sintomas são sinais de que a circulação está comprometida, podendo indicar problemas como arritmias graves.
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Dor no peito
Dor ou desconforto no peito são frequentemente associados a ataques cardíacos, mas também podem preceder uma parada cardíaca. A dor pode ser sentida como uma pressão, aperto ou queimação e pode irradiar para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou costas. A presença desses sintomas, especialmente se acompanhados de sudorese, náuseas ou falta de ar, requer avaliação médica urgente.
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Falta de ar
Dificuldade para respirar ou sensação de falta de ar, mesmo em repouso, pode ser um sinal de que o coração não está funcionando corretamente. Esse sintoma pode indicar insuficiência cardíaca, uma condição que aumenta o risco de arritmias e parada cardíaca. Se a falta de ar for intensa ou surgir de forma repentina, procure ajuda médica imediatamente.
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Fadiga e cansaço excessivo
Sentir-se extremamente cansado, mesmo após atividades simples ou em repouso, pode ser um sinal de que o coração está sobrecarregado e não está conseguindo bombear sangue de forma eficiente.
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Quando procurar ajuda médica?
Qualquer um desses sintomas, especialmente quando novos ou intensos, deve ser levado a sério. Não hesite em procurar ajuda médica se você ou alguém ao seu redor apresentar:
✅ Dor no peito que dura mais de alguns minutos;
✅ Sensação de desmaio, tontura intensa ou perda de consciência;
✅ Palpitações associadas a tontura, dor no peito ou falta de ar;
✅ Falta de ar intensa, sem motivo aparente.
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Como agir em caso de parada cardíaca
Se uma pessoa perder a consciência e parar de respirar, é crucial agir rapidamente, pois cada minuto conta para salvar a vida. Veja o que fazer:
✅ Verifique a respiração e o pulso – Se a pessoa não está respirando ou não tem pulso, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP) imediatamente.
✅ Ligue para o serviço de emergência (SAMU – 192) – Peça ajuda de emergência o mais rápido possível e siga as orientações do atendente.
✅ Inicie a reanimação cardiopulmonar – Pressione o centro do peito da pessoa com força e ritmo constante (cerca de 100-120 compressões por minuto). Se possível, peça ajuda para utilizar um desfibrilador externo automático (DEA) disponível em locais públicos.
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Prevenção de parada cardíaca
Prevenir a parada cardíaca envolve adotar hábitos saudáveis e realizar o acompanhamento médico regular, especialmente para quem possui fatores de risco.
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Mudanças no estilo de vida
Adotar um estilo de vida saudável é a primeira linha de defesa contra a parada cardíaca e outras doenças cardiovasculares, como:
✅ Alimentação balanceada – Prefira alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, verduras e grãos integrais. Evite o consumo excessivo de sal, açúcar e gorduras saturadas, presentes em alimentos processados e fast food. Alimentos ricos em ômega-3, como peixes (salmão, sardinha), castanhas e sementes de chia, ajudam a reduzir o risco de doenças cardíacas.
✅ Prática regular de atividades físicas – Exercícios físicos ajudam a manter o peso ideal, reduzir a pressão arterial e controlar os níveis de colesterol. A recomendação é de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, como caminhada, ciclismo ou natação.
✅ Controle do peso – Manter o peso corporal adequado é essencial para reduzir o risco de hipertensão, diabetes e colesterol alto, que são fatores de risco para a parada cardíaca. Consultar um(a) nutricionista vai te ajudar a estabelecer um plano alimentar equilibrado e sustentável.
✅ Não fumar – O tabagismo é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Parar de fumar reduz significativamente as chances de infarto, derrame e parada cardíaca. Se necessário, busque apoio médico e psicológico para abandonar o vício.
✅ Consumo moderado de álcool – O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode levar a problemas como hipertensão e arritmias. Para proteger o coração, limite o consumo de álcool a uma dose diária para mulheres e duas para homens, ou evite completamente.
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Tratamento de outras doenças
Pessoas com condições de saúde preexistentes – como hipertensão, diabetes e colesterol alto – têm maior risco de desenvolver problemas cardíacos. O controle dessas condições é essencial para prevenir a parada cardíaca:
✅ Controlar a pressão arterial – A hipertensão é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Mantenha a pressão arterial dentro dos limites normais com dieta equilibrada, prática de exercícios e, se necessário, medicação prescrita pelo médico.
✅ Gerenciar o diabetes – O diabetes pode danificar os vasos sanguíneos e o coração. Manter os níveis de glicose sob controle com dieta, exercícios e medicamentos ajuda a reduzir o risco de complicações cardíacas.
✅ Redução do colesterol – Níveis elevados de colesterol LDL (“ruim”) podem levar à formação de placas nas artérias, aumentando o risco de infarto e parada cardíaca. Adote uma dieta rica em fibras, frutas e vegetais, e siga as orientações médicas quanto ao uso de medicamentos para controle do colesterol.
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Acompanhamento regular com cardiologista
Para pessoas com fatores de risco, histórico familiar de doenças cardíacas ou que já sofreram eventos cardíacos prévios, é essencial manter um acompanhamento regular com um cardiologista. As consultas e exames periódicos permitem monitorar a saúde do coração e identificar precocemente qualquer alteração que necessite de intervenção.
✅ Check-ups regulares – Realize check-ups anuais ou conforme a recomendação médica. Inclua exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico para avaliar a função cardíaca.
✅ Exames de imagem – Exames como o holter de 24h e o eletrocardiograma são importantes para detectar anomalias estruturais e funcionais do coração que podem passar despercebidas em exames de rotina.
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