Que o hábito de fumar traz muitos riscos e doenças à saúde todos já sabem. O que muitos ainda não conhecem é o quanto o cigarro faz mal para o coração especificamente.
As doenças cardiovasculares são hoje a principal causa de mortes em todo o mundo, superando as mortes por câncer ou por acidentes de trânsito. E fumar colabora diretamente para isso.
Por toda essa importância, vamos mostrar a seguir todos os riscos do cigarro – tradicional e eletrônico – para o coração, que provavelmente você ainda não sabia.
Confira!
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Afinal, cigarro faz mal para o coração?

O cigarro tem inúmeros efeitos prejudiciais sobre o coração e o sistema cardiovascular, sendo que os compostos químicos presentes no tabaco e na fumaça são os principais responsáveis por esses danos. Os principais efeitos e mecanismos de ação são:
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Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial
A nicotina – um dos componentes mais conhecidos do cigarro – estimula a liberação de adrenalina, um hormônio que aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial. Esse efeito crônico pode levar a um desgaste adicional do coração.
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Diminuição do fornecimento de oxigênio
O monóxido de carbono, presente na fumaça do cigarro, se liga à hemoglobina no sangue, formando a substância carboxi-hemoglobina, que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Com menos oxigênio disponível, o coração precisa trabalhar mais para fornecer o oxigênio necessário aos tecidos.
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Oxidação do colesterol LDL
Componentes do cigarro promovem a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), levando à formação de placas nas paredes arteriais. Essas placas restringem o fluxo sanguíneo e podem causar endurecimento das artérias.
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Inflamação
Substâncias como os radicais livres aumentam a inflamação nos vasos sanguíneos, contribuindo para a progressão da aterosclerose, que é a formação de placas no interior dos vasos sanguíneos.
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Disfunção endotelial
O endotélio é a camada interna dos vasos sanguíneos, essencial para a regulação do fluxo sanguíneo e da pressão arterial. Substâncias tóxicas do cigarro, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), danificam essa camada, prejudicando sua função.
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Aumento da coagulabilidade do sangue
O tabagismo aumenta a produção de substâncias pró-coagulantes, como fibrinogênio, e reduz a atividade de substâncias anticoagulantes. Isso aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos.
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Efeitos adrenérgicos
Certas substâncias presentes no cigarro estimulam o sistema nervoso simpático, aumentando a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que elevam a frequência cardíaca e a pressão arterial. Além disso, causam constrição dos vasos sanguíneos, aumentando a resistência vascular e a pressão arterial.
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Hipóxia tecidual
A substância monóxido de carbono reduz a capacidade de transporte de oxigênio do sangue, levando à hipóxia (redução da chegada de oxigênio nos tecidos), o que força o coração a trabalhar mais intensamente para compensar a falta de oxigênio.
Esses – e muitos outros – mecanismos interagem e se potencializam, amplificando os danos ao coração e ao sistema cardiovascular. A combinação desses efeitos resulta em uma sobrecarga contínua para o sistema cardiovascular, aumentando significativamente o risco de eventos cardíacos, como infarto agudo do miocárdio.
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Cigarro e doenças cardiovasculares

O cigarro pode provocar ou contribuir para o agravamento de várias doenças cardiovasculares, entre as quais se destacam:
✅ Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco) – Ocorre quando uma ou mais artérias coronárias ficam bloqueadas, levando à morte do tecido cardíaco devido à falta de oxigênio. O fumo contribui para a formação de placas ateroscleróticas e aumenta o risco de rompimento dessas placas, causando um infarto.
✅ Angina – Dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. Fumantes têm maior probabilidade de desenvolver angina devido à aterosclerose e ao espasmo das artérias coronárias.
✅ AVC isquêmico – O tipo mais comum de derrame, causado por um coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo para o cérebro. O tabagismo aumenta a coagulabilidade do sangue e promove a aterosclerose nas artérias cerebrais.
✅ AVC hemorrágico – Menos comum, mas grave, causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro. O fumo enfraquece as paredes arteriais, aumentando o risco de ruptura.
✅ Claudicação intermitente – Dor nas pernas ao caminhar, devido ao fluxo sanguíneo insuficiente. O cigarro contribui para a aterosclerose nas artérias periféricas, restringindo o fluxo sanguíneo para os membros inferiores.
✅ Aneurisma da aorta abdominal – Dilatação anormal da aorta, a principal artéria do corpo. O tabagismo é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de aneurismas, devido ao enfraquecimento das paredes arteriais.
✅ Hipertensão (pressão alta) – O tabagismo crônico aumenta a pressão arterial de forma sustentada, devido à vasoconstrição e ao aumento da rigidez arterial. Isso eleva o risco de várias complicações cardiovasculares.
✅ Insuficiência cardíaca – Condição em que o coração não consegue bombear sangue de forma eficaz. O tabagismo contribui para a disfunção cardíaca por meio de danos diretos ao músculo cardíaco e pela promoção de doenças coronarianas.
✅ Tromboembolismo venoso – Formação de coágulos nas veias profundas, frequentemente nas pernas, que podem se deslocar para os pulmões. O tabagismo aumenta a coagulabilidade do sangue, elevando o risco de trombose.
✅ Doença arterial renal – Estreitamento das artérias que fornecem sangue aos rins, levando à hipertensão renovascular e insuficiência renal. O tabagismo promove a aterosclerose nas artérias renais.
✅ Gangrena – Necrose de tecidos devido à falta de fluxo sanguíneo, podendo levar à amputação. O fumo agrava a aterosclerose e a obstrução das artérias periféricas, exacerbando esta condição.
Essas doenças são interligadas e muitas vezes coexistem em fumantes, aumentando o risco geral de morbidade e mortalidade cardiovascular. A interrupção do tabagismo é uma das intervenções mais eficazes para reduzir esses riscos e melhorar a saúde cardiovascular.
Mesmo pessoas que fumam há muitos anos podem se beneficiar da suspensão desse hábito. Nunca é tarde para tomar essa decisão!
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Cigarro eletrônico também é perigoso?

Os cigarros eletrônicos – ou vapers – são frequentemente erroneamente considerados menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais, mas eles representam riscos significativos para a saúde.
Assim como os cigarros tradicionais, muitos líquidos utilizados em cigarros eletrônicos contêm nicotina, uma substância altamente viciante. A exposição à nicotina pode levar à dependência, dificultando a cessação do uso.
Além disso, a nicotina pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, contribuindo para problemas cardiovasculares. Estudos indicam que a nicotina pode promover a aterosclerose e causar disfunção endotelial, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
A inalação de vapores dos cigarros eletrônicos pode causar inflamação e danos aos pulmões. Substâncias químicas presentes nos líquidos – como propilenoglicol e glicerina vegetal – podem gerar compostos irritantes quando aquecidos, potencialmente causando doenças respiratórias crônicas, como bronquite e asma.
Os líquidos dos cigarros eletrônicos também contêm substâncias químicas prejudiciais, incluindo compostos voláteis, metais pesados (como níquel, estanho e chumbo) e aldeídos (como formaldeído e acetaldeído), que são liberados durante o processo de vaporização e podem ser tóxicos e cancerígenos.
Alguns desses dispositivos também contêm diacetil, uma substância usada para dar sabor a alimentos, mas que pode causar uma condição pulmonar grave, conhecida como bronquiolite obliterante, quando inalada. Esta condição é caracterizada por cicatrizes nos pequenos sacos de ar dos pulmões, levando a tosse crônica e falta de ar.
Finalmente, a exposição à nicotina durante a adolescência pode prejudicar o desenvolvimento cerebral, afetando áreas responsáveis pela atenção, aprendizagem e controle de impulsos. Isso pode levar a problemas cognitivos e comportamentais duradouros.
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